terça-feira, 22 de maio de 2007

"OS VERDES" ENTREGAM REQUERIMENTO NA AR - DIREITO E LIBERDADE DE PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS - "OS VERDES"


"Os Verdes" querem esclarecimentos sobre a liberdade e direito de participação dos cidadãos

O Deputado Álvaro Saraiva, do Grupo Parlamentar "Os Verdes", entregou no passado dia 22 de Maio na Assembleia da República, um requerimento em que pede explicações ao Governo, sobre o direito e liberdade de participação dos cidadãos, a propósito de uma iniciativa realizada pelo Movimento de Utentes dos transportes da Área Metropolitana do Porto, que tinha como objectivo a entrega de uma carta de protesto dos utentes no Governo Civil do Porto, em que três responsáveis pela acção foram constituídos arguidos.


"Os Verdes" querem que o Ministério da Administração Interna preste esclarecimentos sobre que instruções são dadas aos agentes da PSP para elaboração de relatórios e identificação de cidadãos que participam em iniciativas de protesto, perfeitamente legítimas face à Constituição da República Portuguesa; para que se destinam esses relatórios; que relatório concreto foi feito em relação ao caso relatado neste requerimento sobre a acção do Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto; e se vai o Governo tomar medidas para regularizar a liberdade de manifestação dos cidadãos.


domingo, 20 de maio de 2007

A AUSÊNCIA DE SERVIÇO PÚBLICO AFECTA A LIBERDADE

O Fórum Verde foi espaço de troca de ideias para acção futura. Ao nível nacional, como europeu ou regional, as propostas e questões foram surgindo, de cada um e de cada grupo, na procura de concretizar a defesa da ferrovia.

Chegava-se facilmente ao local da conferência no novo metro do Porto. Mas deste, um aspecto era desde logo evidente: os preços bastante mais elevados que os praticados em Lisboa. Ficámos depois, durante o Fórum, a saber mais sobre esta e outras questões relacionadas com estes e outros transportes no Porto, colocadas pelo MUTAMP - Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto.

No Fórum Verde, perante um auditório atento e participativo esboçaram-se ideias em traços gerais ou concretos do que é necessário fazer, a nível nacional como regional. À Contacto Verde, os intervenientes fizeram algumas declarações do que querem ver posto em prática.

Por um Plano Nacional

A dirigente Manuela Cunha traçou um quadro da acção de "Os Verdes" pela ferrovia. Recordou como foram travados os projectos de encerramento das linhas do Norte, e como para tal contribuiu a circulação de informação, que foi tornada pública, informação da qual até presidentes de câmara não tinham conhecimento. "O argumento invocada para o encerramento foi o da rentabilidade, mas quando "Os Verdes" pediram os estudos que o demonstrassem não foram apresentados quaisquer", lembrou, considerando que para além do mais, para o PEV a rentabilidade não é só a dos tostões, que há outros valores que não são pesados economicamente. Foi então que se realizou a acção reivindicativa de "Os Verdes", a viagem "Pelo comboio é que vamos", e a subsequente entrega de uma carta aos responsáveis governamentais e foi posta a circular uma petição, recordou ainda, não deixando de referir o modo como os cidadãos da região têm também reagido activamente. Em conclusão, considerou que há um conceito de serviço público a ter em conta, serviço público que se não existe, afecta a liberdade, já que a liberdade é também ter um acesso democrático a serviços, e terminou afirmando que é fundamental uma luta conjunta na defesa da ferrovia.

Sobre essa acção futura, a deputada Heloísa Apolónia afirmou que "Os Verdes" continuam a defender a existência do Plano Nacional Ferroviário e que a lógica do regime fiscal favoreça a ferrovia e os transportes públicos. E que, por isso, vão propor na Assembleia da República a consignação de 3% das receitas do ISP - Imposto Sobre Produtos Petrolíferos para investimento nos transportes públicos e com forte impacte na ferrovia.

A necessária inovação

Mas não foi apenas a perspectiva portuguesa que esteve presente neste Fórum. Também as apostas europeias ecologistas foram apresentadas.

Claude Turmes, vice-presidente do Grupo Verde no Parlamento Europeu salientou a importância da inovação, para lá da perspectiva convencional. Referindo que se fala muito da necessidade de inovação tecnológica, salientou que o mais importante é a inovação organizacional. E que, concretizou, esta passa por conceitos políticos, de planeamento, nomeadamente ao nível do planeamento urbano, financeiros, considerando que os bancos actualmente financiam auto-estradas mas falta-lhes instrumentos para o micro-financiamento de pequenas estruturas, e de marketing social, com apelo a mudanças de estilo de vida, a opor à publicidade em que são investidos milhões, da indústria automóvel.

Claude Turmes apontou ainda quatro grandes medidas no domínio dos transportes. Estas englobam um nível mínimo de eficiência, que imponha aos construtores de automóveis normas, uma revisão antecipada da directiva Eurovignette (relativa a portagens e transporte de mercadorias) que passe por investimentos na ferrovia, uma taxa sobre o querosene para o sector da aviação em voos na União Europeia a utilizar no investimento na ferrovia e, por fim, o programa "Green City", na perspectiva de que as grandes cidade têm de mudar as suas políticas de transportes e urbanização.

A importância de uma acção constante

As perspectivas e propostas não se ficaram aliás por aqui, foram diversas, de cada especialista e de cada grupo presente no público ou como orador.

Gaspar Martins Pereira, professor associado do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, especialista sobre a história do Douro, defendeu a importância de conservar o património do sistema ferroviário da região do Douro, que faz parte do património mundial, é património de todos os cidadãos do mundo.

Manuel Tão, doutorado em economia de transportes, considerou que será necessário construir linhas convencionais novas de raiz, mesmo com o cenário de implementação da alta velocidade. E que, nomeadamente, o Douro Internacional deveria ser objecto imediato da agenda da próxima Cimeira Ibérica, garantindo-se uma plataforma comum, susceptível de garantir o máximo de financiamento comunitário.

Ricardo Neves, que representou no Fórum o MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua no Fórum, contou à Contacto Verde como o Movimento tem vindo desde Outubro passado a trazer para a imprensa os problemas da ferrovia na região, tendo também encetado contactos no sentido de se organizarem várias iniciativas, visto ser este o ano da comemoração dos 120 anos da Linha do Tua. "Estamos a tentar levar para perto da linha, a rota da Ecotopia - Viagem de bicicleta entre Barcelona e Aljezur" e "achamos essencial a rápida reabertura do troço que não opera desde o acidente, bem como a reabertura do troço Carvalhais-Bragança e a reabertura do troço Pocinho- Barca d'Alva", concretizou. "Mais do que isto, é importante fazer-se a divulgação da Linha do Tua " não quis deixar de referir.

O MUTAMP, representado no Fórum por Domingos Alves, teve também propostas concretas a defender. Em declarações à Contacto Verde foi destacada nomeadamente a necessidade de reposição da cobertura territorial de transportes públicos na região, a entrada em funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes para que, exercendo a sua actividade reguladora, concilie os interesses dos operadores de transportes e dos utentes, a intermodalidade e novos sistemas de tarifários. O Movimento tem contado com algumas dificuldades na sua acção por parte das autoridades e três dos seus elementos foram constituídos arguidos por terem feito a entrega, no Governo Civil do Porto, de uma carta de protesto dos utentes que se consideram lesados pela "Nova Rede" da STCP.

Estes factos levaram a deputada Heloísa Apolónia a afirmar que "Os Verdes" iriam questionar, através de um requerimento na Assembleia da República, a situação

Por esses dias, diversas notícias surgiram na comunicação social sobre a ferrovia, e importância da acção de "Os Verdes" foi destacada por Manuela Cunha à Contacto Verde: "Esta nossa acção constante, da qual esta não foi mais que uma iniciativa, em defesa da ferrovia, tem tido resultados positivos, o que se pode verificar com o anúncio tornado público da REFER de que a reposição da linha do Tua vai-se iniciar em breve, já se está na fase de avaliação das propostas para a empreitada. Por outro lado, também, uma chamada de atenção para a reabertura da Linha do Douro até Espanha, para a qual "Os Verdes" tinham feito propostas em sede de Orçamento de Estado que foram chumbadas, mas para a qual Ricardo Magalhães, chefe de Projecto da Unidade de Missão do Douro, vem agora garantir que haverá verbas no quadro do QREN. Por isso consideramos que o manter na ribalta esta questão, com uma pressão constante, tanto na Assembleia da República como na Região, não tem permitido que o assunto seja esquecido e obriga as entidades responsáveis a tomar medidas, porque sabem que as reivindicações de "Os Verdes" vão de encontro ao que é reivindicado pela população e, no caso do Douro, também pelos autarcas da Região".
S.V.

FÓRUM VERDE PELA FERROVIA

Uma delegação do MUT-AMP participou no Forum Verde pela ferrovia, promovida por "OS VERDES" no passado dia 19 de Maio.
Consideramos nós um Fórum bem participado e representativo.
Tendo o MUT-AMP realizado a sua intervenção pela palavra do nosso Amigo e Domingos Alves.


Fórum Verde pela ferrovia

O desinvestimento na ferrovia convencional num país que vive numa economia à base do petróleo e os cenários futuros para o transporte ferroviário e o desenvolvimento regional foram alguns dos temas em foco na acção internacional desenvolvida por "Os Verdes", que culminou no Fórum Verde realizado no Porto.

No passado dia 19 de Maio teve lugar, no Porto, o Fórum Verde, onde esteve em debate a problemática do transporte ferroviário e o seu contributo para o desenvolvimento sustentável do país, nomeadamente da região transmontana, e as políticas portuguesas e europeias sobre esta matéria. O fórum, internacional, foi o culminar de uma acção que envolveu uma viagem de comboio pelas linhas do Douro, Tua e Corgo, na qual participaram, para além do Vice-Presidente do Grupo Verde no Parlamento Europeu, deputados e dirigentes de "Os Verdes", e em que houve contactos com entidades e forças vivas dos distritos de Bragança e Vila Real.

"Não existe um Plano Ferroviário Nacional nem um Plano Nacional de Transportes"

"Construíram-se mais de 2000 km de vias rodoviárias durante a vigência de três Quadros Comunitários de Apoio (QCA)" e "entre 1991 e 2001 a rede de auto-estradas em Portugal aumentou 350%" afirmou a deputada de "Os Verdes" Heloísa Apolónia, iniciando assim a sua intervenção e salientando como, deste modo, "o financiamento público tem estado direccionado para a rodovia em detrimento da ferrovia". Uma realidade que se traduz também no facto em Portugal, em 1970, existirem 3588 km de vias ferroviárias e em 2003 apenas 2818 km, o que representa menos 21,5 % de ferrovia. Ou, ainda, do transporte ferroviário ter perdido, como transporte modal, 36,6% de passageiros entre 1999 e 2005, e do transporte de mercadorias ser agora feito maioritariamente por via rodoviária e por via marítima, tendo perdido lugar na via ferroviária.
Casos concretos, ilustrativos desta realidade há vários, como Heloísa Apolónia referiu. O da linha de Cascais, em que a oferta foi diminuída em 45 comboios por semana, o do novo comboio da Ponte 25 de Abril, que não está incluído num passe social, ou o da linha do Sado, exemplo paradigmático da falta de intermodalidade.
No planeamento, o cenário mantém-se, como salientou a deputada, afirmando que "existe um Plano Rodoviário Nacional mas não existe um Plano Ferroviário Nacional nem um Plano Nacional de Transportes". O que existe, para a ferrovia, são apenas orientações estratégicas, um documento mais genérico, apontando como prioridade única o TGV, a alta velocidade.
No contexto europeu, Portugal está assim muito acima da média na construção de redes rodoviárias mas apresenta níveis de estrutura ferroviária inferiores à média, concluiu Heloísa Apolónia.
Também Álvaro Pinto, da Direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário abordou o desinvestimento do Estado na ferrovia. Segundo afirmou, o encerramento de linhas aumentou o défice da CP - Caminhos de Ferro Portugueses, o que demonstra como o argumento do défice era um pretexto apenas. Para Álvaro Pinto está a ser relegado o carácter social da ferrovia, com a liberalização do sector ferroviário a conduzir ao encerramento de mais linhas e mais serviços, na perspectiva da privatização. Perspectiva de privatização presente em casos como o do comboio da Ponte 25 de Abril, em que a CP foi impedida de concorrer à sua exploração, destacou.

"Uma economia à base do petróleo"

O nosso país vive numa economia à base do petróleo, analisou Manuel Tão, professor universitário licenciado em Geografia e Planeamento Regional, mestre em Planeamento e Transportes e doutorado em Economia de Transportes, dando assim explicação às prioridades governamentais. Há uma aposta nas estradas, na venda de combustíveis, que gera receitas fiscais, mais investimento em estradas e mais carros, sintetizou.
Em declarações à Contacto Verde, o investigador concretizou a acusação: "A receita fiscal do petróleo em termos de ISP - Imposto Sobre Produtos Petrolíferos do ano passado andou à volta de 6600 Milhões de Euros. O equivalente a dois Aeroportos Internacionais da Ota. Mas isto não teria grande mal, se uma parte importante fosse consagrada à mobilidade sustentável - investimento em transportes públicos, subsídios à procura pelo transporte público, e investimento na recuperação de "browfields". Ao invés, temos uma máquina infernal que se alimenta a si própria, que é o que sucessivos Governos generosamente dão a um Plano Rodoviário megalómano, que não pára de crescer, apesar da rede de auto-estradas de Portugal, em termos de Kms por superfície e por habitante ser já das maiores da Europa, e estar já bem acima da média Europeia".
A única aposta governamental na ferrovia parece ser a prevista para a alta velocidade. E, se as estradas têm moldado o planeamento em Portugal e o desenvolvimento das regiões, e parecem ir continuar a fazê-lo, para Manuel Tão, o desenvolvimento previsto para a ferrovia, centrado na alta velocidade, também o irá moldar, dividindo o país em três tipos de regiões: as servidas pela alta velocidade, aquelas em que há rede convencional ligada de algum modo à alta velocidade e as sem ferrovia.
"Por factores externos a Portugal, a Rede Transeuropeia de Alta Velocidade ferroviária vai penetrar no território do país segundo dois eixos: a ligação (Madrid)-Caia-Évora-Lisboa e o novo corredor Norte-Sul Lisboa-Ota-Leiria-Coimbra-Aveiro-Porto-(Vigo)", afirmou o especialista. "Pelas características próprias destas vias, mas sobretudo graças ao corredor Norte-Sul, a geografia do país pós-2015 será totalmente diferente do que foi durante décadas", considerou. Na primeira grande unidade funcional geográfica estarão assim incluídas Lisboa e Porto, Leiria, Coimbra, Aveiro, Évora e parte do interior alentejano. Na segunda, podem considerar-se incluídas todas as cidades servidas por rede convencional modernizada já, em vias de modernização ou com perspectivas prováveis de modernização, como Algarve, Beja, Évora, Elvas, Figueira da Foz, Guarda, Régua, Castelo Branco-Fundão-Covilhã e Santarém. A terceira grande unidade será formada pelo território sem qualquer ligação ferroviária à rede convencional ou à alta velocidade ou às duas. Neste território encontram-se cidades como Chaves, Bragança, Viseu, Estremoz ou Fafe. Para estas zonas prevêm-se dezenas de quilómetros de auto-estrada.
Entre uma aposta única na alta velocidade, ao nível ferroviário, e em mais estradas, em geral, com a privatização de serviços, também, e a falta de planeamento nacional de transportes, ainda, o cenário não parece o mais positivo para o harmonioso desenvolvimento das regiões e a mobilidade sustentável possível para todos.
S.V.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – STCP ACUMULA PREJUÍZOS E CORRE O RISCO DE FECHAR

O ano de 2006 terminou com um prejuízo superior a 25 milhões de euros. Em 12 meses, o passivo passou de 226,6 milhões para 246,8 milhões (sendo que 118 milhões diziam respeito a dívidas de curto prazo). As indemnizações compensatórias do Estado permaneceram escassas e foram entregues tardiamente, logo, o endividamento aumentou. O património da empresa continua pendente de um processo em tribunal interposto pela Câmara do Porto. A situação financeira da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) é complicada e a sobrevivência da empresa pública responsável pelos autocarros da Área Metropolitana do Porto está mesmo em risco.

"A continuidade da sociedade pode estar dependente, respectivamente, do desfecho favorável do processo judicial que lhe foi movido pelo Município do Porto e da obtenção de resultados positivos no futuro e das medidas que vierem a ser adoptadas pelo Estado, na sua qualidade de accionista único", alerta o relatório de auditoria das Contas do exercício de 2006 da STCP

A empresa está, mais uma vez, em situação de falência técnica, com o passivo a superar o activo em 175 milhões de euros. Para atenuar os constrangimentos financeiros, a STCP encetou negociações para contrair um empréstimo de 100 milhões de euros à banca. Em Setembro passado, o Governo tinha já concedido um empréstimo intercalar de 50 milhões, que "permitiu ulrapassar constrangimentos de tesouraria".

Apesar desta decisão, a falta de apoio financeiro do Estado é indicada, no Relatório e Contas de 2006, como factor preponderante para a situação da STCP. Recorde-se que já a Metro do Porto, recentemente, alertou para a hipótese da operação ter de ser suspensa, devido ao diminuto apoio da Administração Central.

No Relatório e Contas da STCP denuncia-se a "continuada ausência da tão esperada contratualização do serviço público prestado, mantendo-se a atribuição aleatória de verbas a título de indemnizações compensatórias". "O montante atribuído tem sido constantemente insuficiente", acrescenta o documento, lembrando que mesmo os 15 milhões de euros referentes a 2006 (mais 7% do que em 2005, mas menos 28% do que em 2004) chegaram apenas no final do ano.

Património em risco

A sobrevivência da empresa está dependente do reforço financeiro do Estado, designadamente para equilibrar o capital próprio, mas também da decisão judicial do processo interposto pela Câmara do Porto. A autarquia reivindica "o património imobiliário adquirido pela empresa no período de 1950 a Julho de 1994". "O Gabinete Jurídico considera que o que está em causa nesta acção não é o seu valor, mas sim o impacto que um ganho de causa total, ou até parcial, terá para a operação da empresa que, na contingência de ficar sem parte do seu património, deixa de ter condições para a prossecução da sua actividade", lê-se no relatório.

O documento especifica, em contrapartida, que a Autarquia deve à STCP 910 mil euros, relativos à indemnização pelos custos directos sofridos com a remoção dos carris dos eléctricos entre a Praça da Cidade S. Salvador e a Praça de Gonçalves Zarco.

Órgãos sociais mais caros

Apesar das dificuldades, em ano de mudanças no Conselho de Administração, os encargos com os órgãos sociais subiram até aos 425,9 mil euros (em 2005, a factura tinha-se ficado pelos 315,5 milhões). O aumento mais significativo deu-se, precisamente, nas remunerações dos cinco administradores, cujo total passou de 294,5 mil euros para 408,1 mil. Ainda que, segundo o relatório, não tenham sido gastas verbas com prémios de gestão, subsídios de deslocação e de refeição.

Jornal de Noticias 17/05/2007 - Hugo Silva

segunda-feira, 14 de maio de 2007

NOTIFICAÇÕES PARA DECLARAÇÕES DE INQUÉRITO NO DIAP

Apenas para que fique registado e sirva de comunicação aos interessados, hoje dia 14 de Maio foram ouvidos no DIAP três Utentes, membros do Movimento tendo sido os mesmos constituidos "ARGUIDOS" com "TERMO DE IDENTIDADE E RESIDÊNCIA"
Caso lamentável que será comentado brevemente.

sábado, 12 de maio de 2007

DIAP – DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO PENAL

Dia 14 de Maio, três Utentes defensores das lutas dos Utentes e das Populações vão ao DIAP do Porto prestar declarações desconhecendo o teor do inquérito.
Após prestar declarações e não se tornando este um caso de segredo de justiça informaremos o porque deste lamentável sucedido.

A equipa coordenadora do MUT-AMP

DIÁRIO DIGITAL – CARRIS E STCP REDUZEM CUSTOS DE OPERAÇÃO

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou hoje uma redução nos custos operacionais da Carris e da STCP, até 2008, de 18,9 milhões de euros e 3,3 milhões de euros, respectivamente.

«Até 2008 e apesar da evolução recente do preço dos combustíveis, verificar-se- á uma contenção dos custos operacionais em ambas as empresas, com a Carris a reduzir, entre 2006 e 2008, 18,9 milhões de euros e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) a reduzir 3,3 milhões de euros, em igual período», anunciou Ana Paula Vitorino durante a cerimónia de apresentação dos objectivos e assinatura dos contratos de gestão com as Administrações Portuárias, STCP e Carris.
Em 2008, os custos operacionais por passageiro serão de 66 cêntimos para a Carris e 70 cêntimos para a STCP.

De acordo com os objectivos económico- financeiros traçados para 2007 e 2008, até ao final do próximo ano, «a Carris reforçará o seu volume de negócios para 84,4 milhões de euros, enquanto a STCP inverterá o ciclo de contracção entretanto acelerado pela entrada em operação do Metro do Porto, atingindo um volume de negócios de 50,5 milhões de euros em 2008».

Quanto à evolução da margem do EBITDAR, até 2008, a STCP deverá atingir os - 35,2%, enquanto a Carris deverá atingir uma margem de EBITDA de -50,1%, 27,5 pontos percentuais menos negativa do que em 2006.

No que concerne à rentabilidade média da STCP e da Carris, até 2008, a STCP deverá corrigir o chamado efeito «Metro do Porto», melhorando 7,9 pontos percentuais face a 2006, enquanto na Carris este indicador deverá registar uma redução de 8,5% relativamente a 2006.

Os objectivos prevêem também uma aposta da integração das redes a Carris e a STCP com os restantes operadores de transportes, «em particular com o Metropolitano de Lisboa e com o Metro do Porto, visando o aumento do peso dos títulos intermodais, sobretudo na STCP».

Paralelamente, ambas as empresas apostarão «na renovação das frotas, em tecnologias mais limpas e na implementação de práticas de eco- condução, com reflexo na redução significativa da emissão de gases e partículas poluentes».

Na ocasião, a secretária de Estado dos Transportes disse que, em Setembro, o ministério das Obras Públicas avançará com a elaboração de contratos de gestão com a Rave, a Transtejo e a Metro Mondego.

Na sua intervenção, o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças salientou o reforço do controlo no financiamento das empresas, informando que será exigida às empresas uma autorização prévia para endividamento, no caso da dívida ultrapassar os 30 por cento do capital da empresa.

Carlos Pina, disse que será também exigido um «maior controlo na tomada de participação das empresas públicas noutras sociedades», bem como uma «maior disciplina ao nível dos planos de investimento».

Por seu turno, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, disse que os índices de qualidade da STCP e da Carris «deverão crescer, para o conjunto de 2007 e 2008, 6,7% e 7%, respectivamente, bem como os objectivos de sustentabilidade ambiental e energética das empresas, que se traduzem numa meta de diminuição de emissão de poluentes de 2,2% na Carris e 4,2% na STCP, no período 2007/2008».

Mário Lino destacou também os custos operacionais das duas empresas, que «deverão descer, já em 2007, 6,1% na Carris (de 168,4 para 158 milhões de euros) e 3,4% na STCP (de 84,5 para 81,6 milhões de euros)».

Em 2006, a Carris e a STCP transportaram, nos seus 1.340 autocarros e eléctricos, 425 milhões de passageiros, distribuídos por cerca de 6,3 milhões de lugares por quilómetros e 186 carreiras que cobrem uma extensão total de mais de 1.100 quilómetros.

Diário Digital / Lusa

sexta-feira, 11 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – UM ANDANTE FÁCIL DE USAR

Apartir de segunda-feira, entender o zonamento do metro do Porto e a intermodalidade vão ser de uma facilidade infantil. O Andante Tour, que começará a ser vendido, primeiro, no Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, permitirá utilizar todos os transportes da rede Andante sem qualquer tipo de restrições. "Um turista que desembarque no aeroporto não necessita de saber para onde vai. Basta comprar o Andante Tour", revelou, ontem, Mário Coutinho dos Santos, da Transportes Intermodais do Porto (TIP).O novo título, vendido nas variantes de um e três dias (24 e 72 horas), é destinado aos viajantes ocasionais, principalmente turistas, e permite um número ilimitado de viagens na rede do metro, da STCP e da CP, englobando todos os concelhos da Área Metropolitana do Porto, incluindo Penafiel, Espinho e Trofa.Para o GuinnessA facilidade de utilização do Andante Tour (que não é recarregável e cujo tempo de utilização só começa a contar a partir da primeira validação) levou Mário Coutinho dos Santos a considerá-lo o "bilhete de transporte de mais fácil utilização do Mundo. Devia entrar para o Guinness", comentou o administrador da TIP."O turista chega ao aeroporto, compra o Andante Tour e não necessita de conhecer os detalhes da rede. A única obrigatoriedade é validar o título antes de cada viagem. Esta é mais uma pedra no edifício da intermodalidade em que a Área Metropolitana do Porto apostou. Quebram-se barreiras no acesso ao transporte público, permitindo usar diversos meios de transporte sem pagar mais por isso", referiu Mário Coutinho dos Santos. AlteraçõesAquele responsável da TIP revelou, ainda, que o título ocasional (cartão azul) irá sofrer algumas alterações, no sentido de o tornar mais "cómodo" e com mais funcionalidades. "Não queremos mais títulos, pois os que temos, os ocasionais (cartão azul) e os de assinatura cobrem basicamente todas as necessidades dos utentes. Pretendemos facilitar a vida aos nossos clientes. Veja-se que o Metro de Lisboa tem cerca de 300 títulos diferentes", revelou.Oliveira Marques, administrador não executivo da TIP e presidente da Comissão Executiva da Metro do Porto, considerou que o Andante Tour é "bom para o turismo" que é uma das actividades "fundamentais da região"."É muito interessante termos um aeroporto e a oportunidade de o ligarmos à rede de transportes. Este é um pequeno mas importante passo", sublinhou Oliveira Marques.O novo cartão começa a ser vendido, na próxima segunda-feira, na loja do aeroporto (os primeiros 100 clientes têm direito a um cartão gratuito) e a TIP prevê que, até à próxima quarta ou quinta-feira, esteja disponível em todas as lojas Andante, na Loja da Mobilidade e em todos os pontos de venda da STCP e da CP. O Andante Tour 1 custa cinco euros e o Andante Tour 3 tem o preço de 11 euros.
Jornal de Noticias 11 de Maio de 2007 - Reis Pinto

CARTA ENVIADA HOJE À EXMA. SRA. GOVERNADORA CIVIL DO PORTO – RECLAMAÇÕES DOS UTENTES COM O SERVIÇO DE TRANSPORTES PRESTADO PELA "NOVA REDE" DA STCP

Carta enviada hoje à Exma. Sra. Governadora Civil do Porto.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – NOVA LINHA DA STCP PARA VILA D'ESTE

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) requereu, à Direcção-geral dos Transportes Terrestres e Fluviais, a concessão de uma nova carreira entre a Boavista, no Porto, e a Urbanização Vila d'Este, em Gaia. O pedido, sob a forma do "aviso número 8227/2007", veio publicado no 'Diário da República' (DR) de anteontem, mas a notícia colheu de surpresa a STCP, que desconhecia o o teor do aviso quando contactada pelo JN.De acordo com o texto do DR, a futura linha, que utilizará a ponte da Arrábida, partirá da Boavista, passando pela Praça da Galiza. Entrará em Vila Nova de Gaia pelo nó do Candal e seguirá pelo Largo do Montinho, Coimbrões, GaiaShopping, Largo de Soares dos Reis, Rotunda de Santo Ovídio e Monte da Virgem.O processo da concessão poderá ser consultado durante 60 dias, na delegação de Transportes do Norte, na Rua do Campo Alegre, no Porto.Reforço útilA Associação dos Proprietários da Urbanização de Vila d'Este congratulou-se com a futura linha, lamentando, todavia, a falta de planos para o prolongamento da linha do metro até àquela urbanização, "conforme havia sido prometido", afirmou, ao JN, António Moreira, daquela associação."Aplaudimos a nova linha. Será um reforço extremamente útil para servir a população que trabalha e estuda na zona ocidental do Porto e tanto m ais importante quanto não há planos para o interface do metro em Vila d'Este", sublinhou, ainda, António Moreira.A urbanização é servida pela linha 905, que atravessa a ponte do Infante e termina no Bolhão, no Porto. "É bom que a nova carreira seja assegurada pela STCP, que tem um serviço mais uniforme e regular. Mas convém não esquecer que Vila d'Este produz cerca de 1,7 milhões de passagens nos transportes públicos", concluiu aquele dirigente.
Jornal de Noticias 2007/05/10 - RP

quarta-feira, 9 de maio de 2007

REUNIÃO DO GRUPO DINAMIZADOR DO MUT-AMP A 8 DE MAIO DE 2007

Agradecemos a todos os participantes nesta reunião o contributo sempre útil relativamente ás importantes informações que trazem ao Movimento.

Convictos que estamos no bom caminho para a exigência e sensibilização da necessidade de Transportes Públicos de qualidade ao serviço dos interesses dos Utentes.

A equipa coordenadora do MUT-AMP

terça-feira, 8 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – VALENTIM QUER REAVER ORDENADOS DA METRO

Valentim Loureiro acaba de pôr o Estado em tribunal para tentar receber os vencimentos que deixou de ganhar por ter estado suspenso, durante um ano, da presidência do Conselho de Administração da Metro do Porto, por ordem da juíza do Tribunal de Gondomar, no âmbito do Apito Dourado. O major exige um total de 314.336,12 euros, incluindo danos morais que diz ter sofrido enquanto esteve sujeito a medidas de coacção, que incluíram ainda a suspensão da liderança da Liga de futebol, a obrigação de não contactar Pinto da Costa e qualquer dos restantes arguidos, bem como prestar caução de 250 mil euros.Depois do presidente do F. C. Porto, Valentim é o segundo arguido a exigir contas ao Estado, por supostos erros ou ilegalidades processuais. Pinto da Costa, recorde-se, exige 50 mil euros ao Estado por, na sua óptica, ter estado indevidamente detido durante três horas e cinco minutos, depois de ter-se apresentado voluntariamente no Tribunal de Gondomar, em Dezembro de 2004, quando soube que existia contra si um mandado de detenção.A acção do autarca de Gondomar entrou no Tribunal Cível do Porto e o Ministério Público, enquanto representante do Estado, vai ter agora de contestar. O processo está a cargo do escritório do advogado Miguel Veiga, um dos fundadores do PSD, partido do qual Valentim está afastado, por divergências com Marques Mendes. De acordo com informações recolhidas pelo JN, o major sustenta a sua argumentação principalmente no facto de a certidão referente ao caso da Metro do Porto ter sido definitivamente arquivada, sem que, na perspectiva do Ministério Público, tenha sido feita prova suficiente para acusar. A esse facto, são somados os argumentos reunidos num parecer dado em Agosto de 2004 pelos professores catedráticos de Coimbra, Figueiredo Dias e Costa Andrade, segundo o qual não tinha razão de ser a medida de coacção de suspensão do exercício de funções na Metro e na Liga.Suspensão caducouValentim apoia-se, ainda, no facto de as medidas de coacção de suspensão de funções nunca terem sido revogadas pela juíza de instrução criminal, Ana Cláudia Nogueira. É que aquelas proibições só deixaram de vigorar por caducidade, quando se esgotou o prazo máximo legal de duração do inquérito. Por outro lado, um recurso para o Tribunal da Relação do Porto com vista à revogação das medidas coactivas, subscrito, na altura, pelo advogado Lourenço Pinto, não chegou a sair do Tribunal de Gondomar. A juíza obrigou, inclusive, o arguido a pagar uma avultada verba, expressa em "unidades de conta" (89 euros cada), por considerar o requerimento impertinente.O valor da acção (314 mil euros) refere-se às consideráveis verbas a título de vencimentos então auferidas por Valentim Loureiro na presidência da Metro do Porto, mas também a outros danos não patrimoniais que o político argumenta ter sofrido, durante aquele período, que incluem noites dormidas na cadeia anexa à Polícia Judiciária do Porto.
Jornal de Notícias 2007/05/08 - Nuno Miguel Maia

JORNAL DE NOTICIAS – GOVERNO DÁ LUZ VERDE A ACORDO COM RIO SOBRE METRO

O Ministério das Obras Públicas já respondeu, por escrito, às dúvidas apresentadas por Rui Rio, presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), e tudo indica que já há acordo definitivo sobre o metro do Porto. Contudo, o Governo coloca agora nas mãos do autarca portuense a marcação da assinatura formal do entendimento, depois de uma longa troca de correspondência entre ambos.Ao que tudo indica, o acordo será formalizado nos próximos dias, entendendo o Governo que, depois desta última resposta da secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e o aval do ministro Mário Lino, há todas as condições para fechar este assunto, marcado por avanços e recuos. Os pontos que estavam a atrasar o processo, e agora resolvidos, são, conforme já noticiou o JN, os que constavam da última carta de Rio. Em primeiro lugar, uma clarificação textual de que os autarcas não vão ter de pagar obras de inserção urbana passadas, conforme o ministro garantiu no Parlamento; em segundo, correcções textuais no capítulo da Linha da Boavista, trocada pelo termo mais abrangente de Linha entre Matosinhos-Sul e a zona ocidental da cidade do Porto; e maior garantia para a Trofa. Esta sempre esteve e continua dependente de um estudo para se saber se será construída em via única ou dupla. A sua construção nunca esteve em causa nas propostas de acordo. E o entendimento previa, desde o ínicio, que no caso de haver atrasos no concurso global de 2008, a Linha da Trofa (assim como a da Boavista) avança em concurso isolado.Do lado do Governo, há a convicção de que já há acordo, e de que as dúvidas de Rio foram "todas dissipadas". Mas o autarca mantém-se em silêncio, estudando a melhor forma de divulgar a sua posição e de formalizar o acordo, que poderá incluir o primeiro-ministro. E há autarcas que sugerem esperar-se pela próxima reunião da JMP, que se realiza a 18 deste mês, após ter sido antecipada do dia 25.Por outro lado, a presença da secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, no Porto, para um debate da Federação Distrital do PS, marcada para esta sexta-feira, é entendida por alguns como uma oportunidade para selar definitivamente o acordo. Recorde-se que o Governo tentou assinar o acordo com Rio, no passado mês, no âmbito de uma deslocação ministerial ao Porto. Mas o autarca social-democrata recusou selar o entendimento, alegando haver pormenores por concretizar que, posteriormente, remeteu ao ministro, a pedido deste.Linha da Boavista mudou de nomeAmbas as partes acordaram em, doravante, não falar em Linha da Boavista. A expressão mais abrangente de "Linha entre Matosinhos-Sul e zona ocidental da cidade do Porto" passa a ser adoptada. Mas os autarcas são unânimes em considerar que, a fazer-se, a linha será sempre pela avenida principal da Boavista. O contrário ficaria mais caro.Inserção urbana criou muita polémicaDe um lado, Rui Rio defendia que os autarcas não deveriam assumir os custos das obras de inserção urbana já efectuadas. Do outro, o Governo garantia que não as teriam de pagar. Definido ficou também que tais obras, no futuro, serão definidas logo à partida e não à medida que a obra avança.Ligação da Trofa,a eterna linha adiadaO acordo previa, desde o início, que a linha da Trofa fizesse parte do concurso global, a lançar no próximo ano. Mário Lino explicou que, se houver atrasos neste concurso, a linha pode avançar isoladamente.
Jornal de Notícias 2007/05/08 Carla Soares

JORNAL DE NOTICIAS – LINHA DA PÓVOA TEM METADE DOS PASSAGEIROS PREVISTOS

Pouco mais de um ano depois da inauguração do troço final da Linha Vermelha do metro, entre a Póvoa de Varzim e Pedras Rubras, o movimento de passageiros, embora a crescer, continua muito aquém das expectativas iniciais. Nos dias úteis, a linha - entre a Póvoa e a Fonte do Cuco - não vai muito além das nove mil validações (5,21% do total da rede), bem longe das previsões da Metro do Porto (MP), que apontavam para 20 mil novos passageiros.Para uns, a "culpa" é das muitas paragens - 21 só no troço Fonte do Cuco/Póvoa - que tornam os tempos de percurso pouco atractivos, face ao automóvel e até face ao autocarro, que, por exemplo, no caso do Pólo Universitário da Asprela - para onde se desloca a maioria dos estudantes (uma enorme fatia dos movimentos pendulares Póvoa/Vila do Conde-Porto) - "bate" o metro, a preços mais baixos e sem transbordos. Para outros, são os preços elevados que afastam novos clientes. Para outros, ainda, é a demora na conclusão das obras de inserção urbana a falta estacionamento junto às estações, os passeios inacabados, as ruas enlameadas e os muitos buracos não contribuem para a atractividade do novo meio de transporte.O presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, admite que as paragens "talvez sejam muitas", mas para o autarca e membro do Conselho de Administração da MP é, sobretudo, a demora na conclusão dos trabalhos que está a "travar" a maior adesão.Nos pouco mais de 500 metros da linha no concelho da Póvoa, as críticas são muitas a estação terminal não tem estacionamento, na envolvente do canal reina a poeira, as ruas esburacadas e sem passeios, as casas expropriadas meio demolidas, meio por demolir, a falta de iluminação, as ruas cortadas… Um ano depois da "pomposa inauguração", dizem os moradores, só o metro chegou.Em Vila do Conde, junto à Estação de S. Clara, o cenário não é melhor falta estacionamento, o acesso à estação é feito entre muitos buracos, poeira e desvios de trânsito. (ler página ao lado). Nas freguesias são muitas as estações "no meio do nada", com fracas acessibilidades, em locais ermos e escuros.A realidade dos númerosDe acordo com os dados de Março da MP, das 21 estações, entre a Póvoa e a Fonte do Cuco, apenas a Póvoa e Pedras Rubras apresentam, em dias úteis, um movimento acima das mil validações. Em Vila do Conde a estação da cidade (junto ao Estádio dos Arcos) fica-se pelas 757 e a de Santa Clara (a antiga estação da CP) pelas 453. Há um ano, em Março de 2006, a linha ficava-se pelas cinco mil validações, pelo que, embora lentamente, o número de passageiros tem vindo a aumentar.Ainda assim, dizem os passageiros, são muitas as estações "no meio do nada", "a meia dúzia de metros" da estação anterior. Ligações da redeOs dados da Metro confirmam na Azurara (Vila do Conde), por exemplo, a média em dia útil é de 116 passageiros. No total, são cinco as estações que não chegam aos 200 passageiros por dia útil e mais quatro que não passam dos 300. Depois vêm, ainda, os problemas da própria rede: a ligação ao Pólo da Asprela, por exemplo, obriga à ida à Trindade, transbordo e mais de uma hora de caminho. Os veículos expresso - semi-directos - "são poucos" e, dado o troço comum Senhora da Hora-Dragão, param em todas as estações a partir da Senhora da Hora.Ainda assim, acredita Mário Almeida, no futuro, com a conclusão das obras de inserção urbana e uma ligação Senhora da Hora-Hospital de S. João já em estudo, a linha poderá atingir a desejada procura e justificar um investimento de 252 milhões de euros, que muitos continuam a considerar "desnecessário", face a um transporte ferroviário da CP que, modernizado, poderia prestar, um serviço semelhante.O que ainda está por fazerNa inauguração da Linha Vermelha, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, prometeu aos autarcas "luz verde" para todas as obras de inserção urbana, a concluir até ao final de 2006. Volvido um ano, na Póvoa e em Vila do Conde, a primeira fase dos trabalhos está agora em conclusão, a segunda (até Portas Fronhas - Vila do Conde), orçada em 6,5 milhões de euros, espera autorização do Governo e a terceira (Portas Fronhas-Póvoa) só deverá avançar em 2008. A segunda fase engloba o novo arruamento paralelo ao rio Ave, que ligará a Avenida Figueiredo Faria (junto à Meia Laranja) à Avenida Bernardino Machado (junto ao acesso às novas escolas), as vias paralelas ao canal até Portas Fronhas e o novo interface na estação de Vila do Conde.

Jornal de Noticias 2007/05/08 - Ana Trocado Marques, José Mota

sexta-feira, 4 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – "MÃO CHEIA DE NADA" NA REUNIÃO COM STCP

Uma reunião "inconclusiva"e "sem novidades", considerou, ontem, à saída do encontro com a Administração da STCP-Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, Cecília Lima, do Movimento de Utentes dos Transportes da Maia. "Entrámos com uma mão cheia de nada e saímos com outra a mão a abanar", ironizou.Durante "duas horas de conversa", as alterações feitas pela STCP, no passado mês de Janeiro no âmbito da nova rede, "esbarraram" nos interesses dos passageiros da Maia. "Antes derraparam", corrige a animadora do movimento. Em cima da mesa, voltou a ser discutida a falta de transportes públicos ao longo da EN 14 (Via Norte), os transbordos feitos "sem sentido", a ausência de autocarros directos entre as cidades da Maia e do Porto, o novo sistema de bilhetes e sua validação. Entre notas e apontamentos, ficaram algumas desilusões "A STCP não vai abdicar das soluções colocadas no terreno. Fiquei com a impressão que não vão mais rolar autocarros na Via Norte", adiantou Cecília Lima. Quanto às mudanças a introduzir nas outras carreiras, a dinamizadora do Movimento dos Utentes da Maia ficou convicta de "pequenos acertos" pela STCP. Entre as sugestões propostas no caderno reivindicativo aludia-se, também, os "enormes atrasos" da carreira 600, entre a Maia e o Porto, a sobrelotação dos autocarros, os incómodos causados aos passageiros, sobretudo, aos idosos e crianças. "A STCP continua a insistir nos interfaces, mas a Maia é muito grande e milhares de pessoas vivem longe do centro, em freguesias rurais. O metro passa longe e a maioria não tem automóvel", garantiu.Como a esperança "não morreu", outra reunião ficou marcada para o dia 14 de Junho. A delegação do movimento foi acompanha por António da Silva Tiago, vice-presidente da Câmara da Maia e Augusto Monteiro, técnico de Mobilidade da autarquia. Por parte da STCP esteve, entre outros, Rui Saraiva.

Jornal de Noticias 2007/05/04 - Manuel Vitorino

quinta-feira, 3 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS - UTENTES DA STCP CONTRA "ISOLAMENTO"

Movimento de Utentes dos Transportes da Maia
"Estamos mais isolados do que nunca e quem paga a factura são as pessoas mais idosas e sem meios económicos", as declarações são de Cecília Lima, do Movimento de Utentes dos Transportes da Maia, cuja estrutura será, hoje, recebida pelo Conselho de Administração da STCP-Sociedade de Transportes Colectivos do Porto.Cinco meses depois do início dos protestos e manifestações, ainda há gente descontente não baixaram os braços e continuam a exigir "mais e melhores transportes". Depois, querem saber as respostas ao "caderno reivindicativo" entregue à STCP logo a seguir aos dias de bloqueio. A saber falta de transportes ao longo da EN 14, ou seja a Via Norte, onde ficam situadas várias unidades industriais (como a Unicer, Makro e Efacec); segmentação das carreiras e "transbordos feitos sem sentido", com a subsequente perda de tempo e aumento das tarifas; ausência de transportes directos entre a Maia e os principais destinos dos passageiros, como as zonas do Carvalhido e Cordoaria, no Porto."A Maia tem uma população idosa. Antes da nova rede, a tal que ia dar mais conforto e mobilidade aos utentes, as pessoas apanhavam um autocarro da carreira 46 e iam directamente da Maia ao Hospital da Prelada. Agora, têm de ir ao aeroporto e, depois do transbordo, conseguem ter outro autocarro para o destino. Não faz sentido", alegou Cecília Lima.Quanto à reunião agendada "há bastante tempo" com a STCP, a dirigente do Movimento de Utentes dos Transportes da Maia espera, apenas, "receptividade e bom senso". Ao JN, deixou uma pergunta, para já sem resposta "Será curioso saber-se quantos passageiros a STCP perdeu, nos últimos meses, com a entrada em vigor da nova rede. Pelas nossas contas, foram milhares e será também interessante saber-se o que irá ser feito para diminuir a complicação dos prejuízos causados pelo novo sistema de bilhetes e cartões de embarque. Existe uma grande falta de fiabilidade do sistema", concluiu.
Jornal de Noticias 2007/05/03 - Manuel Vitorino

REUNIÃO COM STCP

CANCELADA

quarta-feira, 2 de maio de 2007

JORNAL DE NOTICIAS – NORTE À BEIRA DA ÚLTIMA OPORTUNIDADE

"O Norte está no seu pior momento". A frase é do presidente da Comissão de Coordenação do Norte (CCDRN), Carlos Lage, mas basta olhar para alguns indicadores económicos e percorrer as ruas das maiores cidades ou das vilas mais pequenas para se perceber que a base económica tradicional está a desaparecer e que o peso dos seus representantes políticos é cada vez menor. No global, vive-se hoje pior no Norte do que há uma ou duas décadas e a qualidade de vida não pára de diminuir.Há vinte anos, o Norte ostentou o título de uma das dez regiões mais industrializadas da Europa, lembra Valente de Oliveira numa entrevista a publicar amanhã; em 2004 (últimos dados disponíveis), estava em quarto lugar, mas no ranking das mais pobres e a uma distância cada vez maior dos parceiros europeus. Entre os Quinze, só três regiões (todas elas gregas) produzem menos riqueza por habitante.A completa reviravolta no nível de vida das populações também é óbvia quando se olha só para Portugal. Há uma década, o Norte estava à frente do Centro e Açores e empatado com o Alentejo; em 2004 foi, de longe, a que menos riqueza por habitante produziu.Tão sustentada tem sido a decadência económica dos últimos anos, com impacto directo na qualidade de vida das gentes, que há investigadores a duvidar da sua capacidade de recuperação. É já claro que acabou o modo de vida que fez do Norte a região mais rica de Portugal. O que se segue pode ser uma espiral de perda, da qual dificilmente se sairá. Ou uma nova filosofia de trabalho que volte a fazer do Norte um motor económico do país.Depois do diagnósticoTodos os avisos estão feitos e todos os caminhos apontados. E até o dinheiro necessário vai ser posto no colo das gentes do Norte por Bruxelas. O Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) será o último grande pacote financeiro a que Portugal, e o Norte, terão direito. Se repetir o que fez nos últimos 20 anos e desperdiçar esta verba, de 2,7 mil milhões de euros, poderá nunca mais encontrar oxigénio suficiente para sobreviver. Quanto ao que fazer com os milhões de Bruxelas, as soluções são relativamente consensuais e passam sobretudo por produtos e formas de trabalhar inovadoras, de valor acrescentado. É precisamente o que têm feito algumas empresas, até dos sectores em crise como o têxtil e o calçado, mas não a vasta maioria, que já começou a desaparecer e a arrastar o Norte para o mais alto nível de desemprego do país.A nível político, descentralização é a palavra mais ouvida, seja através da transferência de competências para entidades mais próximas dos cidadãos, seja pondo no terreno a regionalização. Antes dessa transferência (ou no seguimento dela, defendem alguns especialistas) são precisos líderes capazes de reunir competências em torno de objectivos comuns - um apelo repetido, mas ainda com pouco impacto prático. Bairrismos à partePara que as soluções cheguem ao terreno é primeiro preciso que todo o país, e não apenas a região, tome consciência da perda global que representa um Norte fraco e deprimido. "É uma questão nacional, não regional", lembra a deputada europeia Elisa Ferreira. É por causa do mau desempenho da economia nortenha que Portugal recebeu uma nota negativa na caderneta comunitária, no ano passado. E tudo indica que, pelo menos em alguns indicadores, a situação ficará pior antes de melhorar. É o caso do agravamento do desemprego na região, dado como certo por várias pessoas ouvidas neste trabalho e cujo impacto esperado nas contas nacionais o torna uma prioridade para todo o país.O Norte alberga dois terços dos trabalhadores e responde, ainda hoje, por 30% de toda a riqueza nacional. Não é, por isso, possível esquecer a coesão nacional e pedir um país moderno. E pensar que o Norte é o Porto, deixando de lado o Minho, a raia com Espanha, o Douro ou Trás-os-Montes é desfocar o problema.Os governos têm olhado demasiado para o próprio umbigo para atalhar a crise enquanto é tempo; e os agentes da região desperdiçaram apoios de Bruxelas e têm-se perdido numa miopia pedinchona, sem capacidade para criar dinâmicas virtuosas. Mas tempo é um luxo cada vez mais escasso. E as oportunidades também.
Jornal de Noticias 2007/05/02 - Alexandra Figueira e Carla Soares