domingo, 22 de abril de 2007

PRIMEIRO DE JANEIRO - Degradação, estacionamento e transportes em debate promovido pela CDU no “casco” de Gaia

Moradores apreensivos
Os ex-moradores do Centro Histórico de Gaia estão desejosos de regressar à zona ribeirinha. Contudo os habitantes que permanecem apontam várias dificuldades. Faltam transportes, estacionamento e habitações com condições de dignidade.
Lúcia Pereira/José Freitas (foto)
A falta de transportes públicos, as dificuldades de estacionamento, o anunciado corte de várias ruas ao trânsito e as más condições de habitação são os problemas que mais preocupam os habitantes do Centro Histórico de Vila Nova de Gaia. Ontem, um debate promovido pela CDU juntou residentes actuais e ex-moradores nas instalações dos Mareantes do Rio Douro. “Lembrem-se de nós”, apelou uma ex-moradora, realojada em Vila d’Este na sequência do incêndio que desalojou várias famílias na Rua Guilherme Gomes Fernandes, em Março de 1988. Um morador acrescentou que a construção da urbanização na Rua General Torres “já foi prometida no primeiro mandato de Luís Filipe Menezes. “As pessoas continuam a ser retiradas e alojadas em Vila d’Este e no Monte Grande, com promessas de um dia voltarem para o Centro Histórico, que nunca se concretizam”, afirmou a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, referindo que a degradação das habitações continua a agravar-se.Revolta pelo fim dos transportes em Cândido dos ReisAs pessoas que assistiram ao debate manifestaram também a sua revolta por a Rua Cândido dos Reis ter ficado sem transportes públicos. As dificuldades de estacionamento, o facto se ser pago 24 horas por dia e a possibilidade de se fechar ao trânsito várias artérias do Centro histórico foram outras preocupações manifestadas pelos moradores que intervieram no debate. Além de Ilda Figueiredo, integraram a mesa do debate Carlos Jorge Silva, eleito na Assembleia de Junta de Freguesia de Santa Marinha, o deputado municipal da CDU, Paulo Tavares, e a professora universitária Teresa Noronha. “Milhares de turistas deixam aqui milhões de euros que podiam ser rentabilizados para as pessoas que vivem cá”, sugeriu Teresa Noronha, confessando que “custa muito ver a forma como os centros históricos estão a ser tratados, manipulados e explorados”. A docente universitária apontou o caso da Ribeira do Porto que descreveu como “um lugar perigoso e deprimido”, para justificar a necessidade de se manterem as pessoas que vivem nos centros históricos. “É o património imaterial – a linguagem, os gestos a genealogia, as tradições e as pequenas histórias que dão identidade aos lugares”, disse.

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