quinta-feira, 12 de julho de 2007

II EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE FOTOGRAFIA


Núcleo de Fotografia
Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta
Rua Padre Costa, 118
4465 S. Mamede Infesta


Nota à Comunicação Social


Criado há cerca de 3 anos, o Núcleo de Fotografia do Flor de Infesta conta na sua breve existência com diversas exposições fotográficas dentro e fora das portas do "Flor". Animado pela carolice dos seus membros, este pequeno grupo mostra-se dinâmico como se advinha pela sua aposta de organizar pelo menos uma exposição fotográfica anualmente. No próximo dia 14 de Julho, pelas 18h será inaugurada a exposição VAZIOS DA INDÚSTRIA. Trata-se duma Mostra Colectiva de quase todos os elementos que integram o núcleo. A exposição aborda a temática da falência do modelo industrial que durante tantas gerações prevaleceu. Para melhor compreender as motivações que presidiram à escolha deste tema, junto transcrevemos o texto de apresentação da exposição.

«VAZIO DA INDÚSTRIA

Em pleno século da informação onde tudo gira sob a batuta dos "bits e bytes", temos a tentação de esquecer que a Revolução Industrial existiu e perdurou durante dezenas de anos. Embora a uma escala muito mais pequena, também Portugal teve um período de industrialização que se generalizou um pouco por todo o país. Fábricas, muitas fábricas, umas grandes, outras pequenas, cheias de vida, de máquinas infernais, de operários sujos e magros. Tal como as catedrais no seu tempo, uma nova fábrica erguida marcava o triunfo do progresso, sinal inquestionável de modernidade e quase do sagrado através das prodigiosas máquinas que habitavam aquelas instalações.

A revolução industrial acabou. Jazem como carcaças, resquícios dos hinos e símbolos do progresso. Não são só as árvores que morrem de pé. Paredes que outrora abrigavam exércitos de obreiros e máquinas incompreensíveis para o comum dos mortais, servem hoje de tela de fundo a "grafittis", cicatrizes de vandalismo que nunca irão sarar. Apesar de tudo estão de pé, resistindo ao tempo, vingança, quiçá, por não terem resistido à mudança.

A exposição fotografica que organizámos não é documental, deliberadamente não identificámos os lugares que fotografámos mas sim os objectos, filhos dessa Revolução que já há muito findou. Tentamos encontrar alguma beleza nesse "locus horribilis" que são as instalações industriais abandonadas, enjeitadas e que são embaraços dos tempos modernos. Do mesmo modo, não fotografámos pessoas, só os espaços, vazios, dolorosamente privados de vida, de pessoas. No pós-revolução, as pessoas deixaram de produzir, de existir.Bem vindos à exposição dos tempos modernos, colecção de fotografias inconjuntas dum passado que se tornou futuro, dum vazio que ninguém se importa em preencher.»

Com os nossos cumprimentos,

P'lo Núcleo de Fotografia do Flor de Infesta
Luciana Santos
Sónia Gomes

Contactos:
Luciana Santos - 22 616 300 / 1 - email: lucianaporto@yahoo.com
Sónia Gomes - 22 960 30 17 - email: Zia@kiquezas.net

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