sexta-feira, 21 de setembro de 2007

EXPRESSO – SAÚDE: MOVIMENTO DE UTENTES ACUSA GOVERNO DE DAR TELEMÓVEIS A QUEM NÃO TEM ÓCULOS

Porto, 21 Set (Lusa) - O dirigente do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS) Guilherme Castro Henriques acusou hoje o Governo de estar a "dar telemóveis a quem não tem óculos para ver".

"Não apoiam, nem na compra de óculos nem na compra de dentaduras, e depois vêm dar telemóveis a quem não tem óculos para ver", disse à Lusa Guilherme Henriques, momentos depois de entregar na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte uma carta em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O ministro da Solidariedade Social, Vieira da Silva, participou quinta-feira, em Braga, na entrega dos primeiros telemóveis a idosos, no âmbito do programa Iniciativa de Segurança Idade Maior.

Castro Henriques estranhou que o Governo se preocupe em dar telemóveis a idosos, ao mesmo tempo que desinveste no SNS.

"A saúde é cada vez mais cara e de mais difícil acesso", frisou o dirigente do MUSS.

Na carta entregue hoje na ARS/Norte, o Movimento Cívico pela Defesa do Serviço Nacional de Saúde, que integra sete organizações, desafia o Presidente da República, o Governo e os deputados a "fazer cumprir a Constituição", que obriga a um SNS "universal, geral e tendencialmente gratuito".

O movimento protesta contra o "encerramento dos serviços de saúde", "aumento de custos para os utentes", "subinvestimento nos cuidados de saúde primários", redução da comparticipação nos medicamentos e tentativa de "terminar com veículo público e as carreiras profissionais".

"Defendemos que à população deve ser garantido o direito a ter acesso a cuidados de saúde com dignidade e qualidade", lê-se na carta.

A entrega da carta na ARS/Norte integra-se numa campanha a favor do SNS iniciada hoje pelo movimento, em Lisboa e Porto, e que prossegue sábado noutras regiões do país.

O encerramento de Serviços de Atendimento Permanente nos centros de saúde, de urgências hospitalares e de maternidades e a falta de médicos e enfermeiros são algumas das deficiências do SNS apontadas pelo movimento.

FZ.

Lusa/Fim

http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/122336

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