domingo, 23 de setembro de 2007

CORREIO DA MANHÃ – SNS: INICIATIVAS CONTRA ASFIXIA FINANCEIRA - MARCHAS PELA SAÚDE AQUÉM DO ESPERADO

De Norte a Sul do País várias foram ontem as iniciativas de sindicatos e comissões de utentes em defesa do Serviço Nacional de Sáude (SNS) e protesto contra o que classificam de “ataque do Governo”, “asfixia financeira” e tentativa de empresarialização do serviço público.

Depois de na véspera uma concentração no Saldanha, em Lisboa, ter quase passado despercebida, as acções de ontem tiveram impacto relativo. Se os protestos de Viseu, com a denúncia do “aumento de partos em ambulâncias”, e o de Coimbra, com Ricardo Matos, do Movimento de Utentes pelos Hospitais Universitários de Coimbra, a denunciar a asfixia financeira, ainda mereceram centenas de assinaturas, outros movimentos foram mais discretos.

Foi o caso de Odivelas em que a Comissão de Utentes marcou uma concentração, seguida de desfile, para as 09h30 em frente ao Centro de Assistência e Tratamento de Urgências. Funcionários, empregados de um café vizinho e taxistas afirmaram ao CM ter visto “cerca de uma dezena de automóveis e algumas bandeiras a desfilar”, mas admitiram não saber o destino do desfile.

Na origem das queixas, segundo um funcionário, está “desde há dez anos adiada” a promessa de um novo centro de saúde. A maquete chegou a “estar exposta” e “o espaço está previsto e disponibilizado pela Câmara de Odivelas: um parque de estacionamento provisório ao lado da Escola Secundária.

No Porto enganou-se quem esperava uma grande concentração junto ao Hospital de São João, para defender um SNS gratuito e lutar contra a postura “de ataque” do Governo. Fora três os elementos do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte (STFPN) que distribuiram 1500 panfletos a quem ia entrando.

O STPFN critica projectos governamentais de municipalização e privatização dos cuidados primários de saúde, já que isso levará “ao agravamento das finanças de alguns concelhos carenciados, criando uma espiral de definhamento”. “Estamos contra o lucro financeiro nos hospitais, que é conseguido à custa de trabalhadores com escalas de 24 horas e que são obrigados a dar o melhor devido ao sistema integrado de avaliação”, refere Maria Alice Barbosa, há 34 anos funcionária do S. João.
Rui Chaves / Sérgio Cardoso

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=259012&idselect=10&idCanal=10&p=200

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